Ontem falei um pouco sobre a triqueta do fracasso, tema da aula inaugural do PEI360. Esse é um conceito importante, pois representa o que precisamos romper. Se você começar um trabalho com base nesse entendimento, dentro dos seus projetos, será apenas uma questão de tempo até romper todos os limites na execução: projetos, mão de obra, engajamento, controle de turnover... Funciona.
O próximo passo é administrativo: criar uma engrenagem que funcione, personalizar um método para que sua empresa, do seu jeito, encontre o caminho para faturar. Aqui não há teoria pronta nem fórmula mágica. Só posso te contar como eu fiz comigo mesmo. Como olhei para dentro: de mim, da minha empresa, do meu currículo, das minhas habilidades. Fui montando gradativamente um caminho em forma de espiral do sucesso, rumo ao meu objetivo. E se você não sair do caminho, vai acontecer.
Mas cuidado: existe também a espiral do fracasso — o oposto lógico de tudo que vou relatar. Falo mais sobre ela em outro post. Só te adianto: a espiral do fracasso funciona como a demolição de um prédio. Uma única ação, uma palavra errada, dita na hora errada, e todo seu castelo de cartas pode cair em um dia, ou até mesmo em uma hora. A espiral do sucesso leva anos para ser construída. A do fracasso, basta um descuido.
Minha virada de chave
Voltei da Argentina decidido a não ser mais programador. Me via com 70 anos ainda estudando linguagem de programação só para continuar no mercado. Porque nesse mercado, viramos noites estudando para atender o cliente do dia seguinte. E as linguagens mudam mais rápido do que conseguimos absorver — e principalmente, monetizar.
Descobri isso lá atrás, ainda na época do www.unisabin.com.br, quando uma empresa me pediu um servidor de streaming — um “YouTube particular”. Naquela época, não existia videoconferência com um clique. Era preciso montar toda uma estrutura. Estudei, implementei, documentei tudo. E comecei a prospectar clientes com essa tecnologia.
Seis meses depois, essa empresa me indicou para outras três. Contratos na mesa. Mas quando fui implementar, as versões e linguagens já tinham mudado. Estudei mais dois meses. E foi aí que percebi o "erro na Matrix": eu não poderia apostar minha aposentadoria nessa profissão. A tecnologia muda rápido demais — a média é de 18 meses de validade para qualquer coisa.
Desanimei. Fui para a Argentina estudar Medicina. Queria um conhecimento duradouro, que não mudasse na velocidade da informática. Só queria chegar em casa um dia e não levar um caminhão de tarefas. Mas a pandemia frustrou esse plano — o meu e o do mundo inteiro. Voltei. Minha esposa engravidou. Dois anos de vida doméstica, mantendo apenas o básico para sustento. Quando estava prestes a iniciar algo novo, meu sogro adoeceu e veio morar conosco. Mais seis meses de pausa.
Tentei empreender de casa. Mas sem a energia de um café empresarial presencial, de um abraço, de um aperto de mão... tudo era volátil demais. Sabia que precisava de três coisas para sair da triqueta do fracasso:
- Ambiente
- Network
- Recursos Humanos
1. Ambiente
Um núcleo de inovação. Um coworking. Um lugar com pessoas que entendem o que você fala e não veem seus projetos como coisa de maluco ou egocêntrico. Te convido a visitar qualquer hub de inovação e avaliar se o que faço é realmente grandioso. Dentro do HUB sou apenas um aprendiz, apenas dando seguimento à minha carreira, implementando o que aprendo com os especialistas que estão ali.
Conheça:
Essas empresas trabalham ao meu lado. Eles são os especialistas, e com o apoio deles, posso avançar cada vez mais. Aqui temos um ditado: SOMOS HUB. Nossos projetos são coletivos. Trocamos recursos e experiências organicamente. Mas isso é assunto para outro post.
2. Network
Todas as tentativas que fiz de montar ecossistemas fora do HUB fracassaram. As pessoas julgavam a mim, e não os projetos. Conclusão: não se empreende de home office. Saia de casa. Vá para um coworking, um HUB de inovação, ou até a biblioteca da universidade. Alguma oportunidade surgirá.
IMERSÃO EMPREENDEDORA é outra prática que uso com clientes: passo o dia nas empresas deles, vivendo sua rotina, para desenhar soluções reais. Sentir o ambiente com os 5 sentidos é insubstituível. Só assim você descobre se há um negócio ali e quando ele estará pronto para ir à mesa de negociação.
Sobre network, não vou falar de inbound marketing ou redes sociais. Todo mundo faz isso. Quero destacar o outbound marketing: disparos de WhatsApp, SMS, URA reversa, RCS, ou simplesmente ligar para seus contatos, apresentar seus serviços, oferecer comissões por indicação ou propor parcerias.
3. Exemplos reais do Empreenda+
Anna Carbé
Conexão feita por Alex Fontes, nosso vice-presidente. Chegou ao HUB e rapidamente entendeu a triqueta do fracasso. Assumiu a Diretoria de Direção de Arte e incubou a JC Studio (Juliane Carvalho), alinhada ao seu CNAE. Também está conectada à LEEFY (Instagram), de Leonardo Freitas e Levi Faustino, mais voltada para marketing digital. Já enfrentaram desafios, até mesmo perderam contratos, mas estão atendendo clientes e avançando.
Eduardo Trevezani – Lintech Digital
Conectei-me com ele via grupo dos Anjos do Brasil (site). Após um disparo de WhatsApp, marquei um café empresarial com Jhonatas David, que me apresentou sua startup no ramo de leilões. Ela hoje está em nosso "hotel de projetos".
Em semanas, precisei de apoio para escalar. Jhonatas me indicou Eduardo Trevezani e Vitor Ryan, que hoje são CEO e Gestor de Tecnologia do projeto. Eles assinarão a ata de fundação da nossa ONG. A espiral do sucesso se consolidou — com apoio, rede e execução.
Considerações finais
A vitória está em fazer tudo: prospecção ativa, ambiente certo, network forte, inbound e outbound marketing. Separe um setor inteiro só para gerar e qualificar leads. Crie uma central de vendas capaz de colocar na sua mesa apenas o ouro: contatos que podem mudar sua empresa em um simples café empresarial.
Recursos Humanos também exigem estratégia constante de prospecção de talentos. NeoEmpresas sofrem com engajamento e turnover. Sua equipe pode receber propostas que você não consegue cobrir. Mas isso é assunto para outro post no blog — não aqui, onde só estou organizando ideias.
"Uma solução sempre gera um novo problema."
Entendi! Você quer fazer tudo isso. Mas vai dar certo? Não. Porque sem estrutura, a triqueta do fracasso vai te limitar. Você não vai conseguir ir a eventos toda semana, nem fazer cafés empresariais com frequência. Mesmo que consiga, você não tem como entrevistar, contratar, treinar e gerir tudo.
Leia este post: Triqueta do Fracasso
E entenda: não existe solução pronta no mercado para isso.
A única que eu conheço hoje é entrar em um ecossistema desenhado para superar essas barreiras. Para isso existe o www.empreendamais.org — para que você, NeoEmpresário, encontre solo fértil para crescer.
Agende um Café Empresarial e vamos juntos construir um mercado mais inclusivo. Afinal, todo mundo começou de algum lugar.
Aspiral do sucesso